ANTES DO FORRÓ DE EDC. FÍSICA
MESA: PRECARIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO NA UNIVERSIDADE
PaRa o ReitoR Ultimamente
Reclamo Utilizando
poema
Ritmo Unido
pelas palavRas
RefoRma UniveRsitáRia,
Dilema
RestaURante UniveRsitáRio
PRoblema
Realmente UltRajante
Rangos UsURpados
Refeições, Umas
RidícUlas, Umas
Restantes Uvas
RUins...
Reles RefUgos
Um RefRigeRante?
Um Real?
UsURa
RiU
Rapaz…
Rotina UniveRsitáRia:
RapadURa Ungida…
“A história de todas as sociedades que já existiram é a história da luta de classes.”
Karl Marx & Frederic Engels, O Manifesto Comunista. Página 9.
Apenas cerca 10% dos brasileiros freqüentam o ensino superior, cursos de mestrado e doutorado. São exatamente 5,874 milhões de estudantes segundo pesquisa feita e pelo IBGE. E 75,3 % das instituições de Ensino Superior do país são privadas e dentro deste número 72,2% (fonte: Brunner e Seec/MEC-Brasil) não são Universidades, pois, para tanto, exige-se cobertura das áreas do conhecimento (cursos ou carreiras em exatas, biomédicas, humanas e sociais). O que constatamos é como este espaço público é elitizado. O acesso à Universidade é restrito. Diferente de outros países latino-americanos como Argentina, Chile e México que já não submetem os estudantes a uma prova de vestibular. E o que dizer da permanência na Universidade? Se para entrar é precisar passar pela peneira, para ficar é preciso passar pelo ralador. Na Bahia, uma política de alfabetização vem sendo implementada, mas nenhuma política barateia o preço dos livros. Nas escolas públicas, o número de repetentes diminuiu desde que a média é cinco e acertar metade da prova de quatro questões, feita em dupla, é questão de apenas um dos dois saber, e assim seguem ambos para futuramente fazer o tal vestibular.
Agora está mais fácil entrar, pois o número de vagas foi aumentado, a exigência dos patrões; do mercado de trabalho aumentou. Agora está mais difícil arrumar um emprego, principalmente em Salvador. Agora está sendo muito cobrado um diploma e daqui a pouco ter apenas um diploma será pouco. Para onde vamos? Penso, sobretudo, nos restantes brasileiros, nos 90% que não terão diploma algum. Lembro dos meus amigos, conto dez e constato a estatística, pois somente eu estou na Universidade. E a dificuldade é justamente esta. O programa de bolsas não atende a mim, pois não atende a todos. A segregação acadêmica supera-se e acontece tanto de dentro pra fora quanto de dentro pra dentro. A cara do estudante da UFBA ainda não é a cara do estudante de cota. O corpo docente tende a manter o padrão. Insinuações a parte, voltemos às informações. No estado de Minas Gerais, existem oito universidades federais,entre Belo Horizonte, Ouro Preto, Viçosa, Vales do Jequitinhonha, Mucuri, Lavras, Uberlândia, Juiz de Fora e Itajubá. Na Bahia, efetivamente, só a UFBA, pois a recente Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) ainda não formou nenhuma turma e a Universidade Federal do Vale do São Francisco(UNIVASF) também não. E ainda têm mais dois campi no interior do estado, filiados a UFBA, que muito mal funcionam, nas cidades de Barreiras e Vitória da Conquista, a mais de 600 km da capital. Penso nas pessoas que antes, e ainda hoje, precisam vir à capital estudar. A Residência Universitária têm não mais do que quatrocentas vagas. Imagino como é em Minas Gerais…
A assistência estudantil é precária na Bahia. Não é oferecido nenhum transporte entre os campi da UFBA, tendo em vista que eles são espalhados por pontos distintos da cidade, seria de fundamental importância esse serviço. Mas isso não é o pior, pois podemos caminhar meia hora ou subir mais de duzentos degraus, só não dá pra ficar sem comer. Há vinte anos, o restaurante universitário foi fechado para no local ser construída a Faculdade de Comunicação (FACOM), informação que quase ninguém sabe, salvo os mais famintos. Havia até então só um restaurante feito para atender aos residentes, perfeito, porém, e os outros tantos mil estudantes? Entraram no primeiro semestre de 2010 mais 3,5 mil estudantes e esses números crescerão. Semestre a semestre entrarão outros para engordar o corpo discente. Corpo este que têm olhos e vê tais problemas, têm ouvidos e escuta rumores, tem nariz e sente o mal cheiro, tem boca e grita por socorro e tem cabeça que permanentemente tem que pensar. Penso que um preço justo para um restaurante universitário é o de UM REAL. Em Belém do Pará é este preço, em Teresina, Piauí, mais barato, apenas noventa centavos. No Sudeste, este preço sobe um real, na USP é um e noventa, mas na UFBA um prato de comida no R.U custa nada mais nada menos do que 5,50! Na Universidade Estadual de Feira de Santana eu comeria de segunda a sexta e ainda sobrariam cinqüenta centavos para duas paçocas. Contudo, não vamos fazer comparações entre instituições de instância distintas. O descaso com Estaduais creio que é ainda maior. Na UERJ nem há restaurante universitário!
Somos a classe estudantil, somos o futuro do Brasil! Poder ser clichê ou parecer palavra de ordem, e que seja. As classes dominantes dominam também os meios de produção do conhecimento, ou melhor, legitimam e prestigiam determinadas formas do Saber. Serei para sempre um estudante e penso em meus filhos e nos filhos de meus amigos que não terão diploma. Será que eles vão ter o acesso e a permanência na Universidade garantidos? No momento a luta é pela democratização de um espaço, pela popularização do Restaurante Universitário da UFBA. Ao preço de UM REAL para os estudantes que tem fome - uma fome que vai além da vontade de comer. E essa luta vai além, nossa luta vai além. A sociedade necessita de igualdade e esta, de fato, só pode começar com a democratização do majoritário espaço do saber.
Denisson Palumbo, estudante de Letras Vernáculas.
A CAMPANHA “R.U. 1 REAL JÁ!” está nas ruas. Construída pelo Movimento Estudantil Autônomo tem expressado as contradições existentes na Universidade. Uma delas é a atual política de Assistência Estudantil encabeçada pela administração central da UFBA.
A UFBA destaca-se no cenário nacional como a universidade que tem um orçamento duas vezes maior que o da cidade de Feira de Santana (460 milhões de reais para 600 mil habitantes). O orçamento da UFBA equivale a 25% do orçamento destinado à capital baiana. Ou seja, o montante em jogo significa 926 milhões de reais!
Ignorando as reivindicações dos estudantes, a administração central abriu o Restaurante Universitário ao valor absurdo de R$ 5,50, para professores, servidores e estudantes não-bolsistas.
Diante dessa situação o movimento R.U UM REAL JÁ, FAZ UM CHAMADO PARA UMA GRANDE REUNIÃO UNIFICADA ENTRE SERVIDOR@S, ESTUDANTES E PROFESSOR@S. TEMOS O INTUITO DE UNIFICAR LUTAS A PARTIR DA PAUTA DO R.U DA UFBA, PENSANDO EM LUTAS FUTURAS QUE GANHAM MAIS FORÇAS SE NOS UNIFICARMOS.
DIA : SEXTA-FEIRA DIA 07/05/10 A PARTIR DAS 17:00 HORAS NO R.U EM ONDINA.
COMPAREÇAM, CHAMEM AS/OS COLEGAS DE TRABALHO. VAMOS CONS TRUUIR ESSA LUTA JUNT@S, UNIFICAR PRA VENCER!!!
CALENDÁRIO DE MOBILIZAÇÕES
Terça-feira (27/04)
- Mobilização e oficina de stencil e cartazes.
- Divulgar e repassar o abaixo-assinado
Local: PAF 1
Horário: 10h
Quarta-feira (28/04)
- Mobilização e oficina de stencil e cartazes.
Local: SÃO LÁZARO
Horário: 10h
Quinta-feira (29/04)
- Mobilização e oficina de stencil e cartazes.
- Venda de tortas a R$ 1,00
- Dilvugar e repassar o abaixo-assinado
Local: FACED
Horário: 10h
Sexta-feira (30/04)
- Reunião para pensar o ato de segunda, na reitoria
- Recolher todas as assinaturas
Local: Pátio da FACED
Horário: 18h
Segunda-feira (03/05)
- Ato na reitoria
Local: Reitoria da UFBA
Horário: 09h
O anúncio da abertura do Restaurante Universitário a R$5,50 trouxe de volta um debate que as pessoas sentem vergonha de fazer: o estado de fome que os/as estudantes muitas vezes passam, com os altos preços cobrados na UFBA, quando o esquema de trazer comida de casa não funciona ou se apela pra um amigo/a ou ficamos as vezes o dia todo com um salgado.
Quantas vezes, ao invés de uma boa tarde de estudo numa biblioteca da UFBA, não precisamos voltar pra casa porque não temos dinheiro para comer?! E, no fim do mês, há sempre aqueles dias de escolha: tirar a xerox ou comer direito!?
Isso tudo porque a UFBA não tem um preço popular, um preço que esteja no orçamento dos/as estudantes. Ao preço de R$5,50 ao dia, um/a bolsista PIBIC/IC vai gastar, só de almoço na universidade 44% do que ganha. Caso faça duas refeições, gastará 88% do que ganha. Duas refeições por dia custarão o valor de R$330,00 em um mês. Como comer nos outros dias? E como ir e voltar de casa? E como pagar pela xerox? Livros então nem se falam, eles não se encaixam no orçamento...
Nos incisos 1 e 4, do artigo 206 da contituição federal, é dito que o ensino deve ser ministrado segundo o princípio:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
É por isso que o transporte dos/as crianças do campo, a merenda escolar e o restaurante universitário a um preço acessível não são esmolas dadas pelo Reitor em final de mandato, mas direitos do povo, e de nós estudantes em particular, que temos não de esperar, mas exigir e conquistar.
Se você se sente nessa situação, tem a necessidade do Restaurante Universitário com preço popular, mobilize-se! mecha-se! Venha para a reunião da segunda (dia 26/04/2010) às 14 horas, em frente a Biblioteca Central da UFBA e vamos fazer luta até termos RU a R$1,00!!!!!!
Olha que barril, é o RU mais caro do Brasil!
Juventude que ousa lutar, constrói R.U. popular!
Queremos assistência estudantil, mas não pela metade!
Para Permanecer na Universidade temos que Permanecer em Luta!
RU A 1 REAL QUANDO?
JÁ!!!
No dia 16 de abril de 2010, a reitoria divulgou no site da UFBA a futura abertura do Restaurante Universitário (RU). Desde segunda-feira, o RU funcionou apenas para os Bolsistas Moradia, Bolsistas Alimentação, Bolsistas Residência Garibaldi. O RU abrirá, oficialmente, na segunda-feira no Centro de Convivência da UFBA, vulgo elefante branco de Ondina.
A abertura imediata do RU sempre foi uma pauta importante para o movimento estudantil da UFBA. A UFBA deixará de ter a fama de ser, juntamente com a UFPE, uma das duas únicas universidades federais do Brasil que não têm um Restaurante Universitário, mas ganhará a fama de ter o RU mais caro do Brasil, com o valor absurdo de R$ 5,50!!
Sabendo dessas informações, diversos estudantes de diversos cursos fizeram uma reunião e decidiram começar uma movimentação na universidade pela diminuição imediata do valor para R$1,00. Inicialmente, combinamos de fazer um ato na abertura do R.U, mas, quando soubemos que não aconteceria essa abertura oficial, decidimos, então, passar nas salas de aula do PAF3, no turno noturno, chamando os estudantes da UFBA para uma reunião geral no pátio da biblioteca central, em Ondina. Nessa reunião, discutiremos formas de mobilizar a universidade para que esse valor absurdo não seja cobrado à comunidade universitária e exigindo a redução do valor para R$ 1,00, que é um valor justo, que garante a permanência estudantil e que é o mesmo de outras universidades do Brasil.
Em nossas passagens em salas, os alunos nos receberam muito bem e percebemos o quanto é importante lutarmos pela construção de uma mobilização na UFBA que lute pela diminuição do valor do R.U para R$ 1,00, um valor justo e que garante a permanência do estudante na universidade. Com nossos cartazes, tapumes e gritos, diversos estudantes aderiram à causa.
Depois de passarmos nas salas de aula, decidimos ir ao salão principal da biblioteca central, pois soubemos que o então reitor estava lá, na cerimônia de abertura de uma exposição. Fomos à biblioteca central e fizemos nossa manifestação durante o evento que tinha as figuras centrais da atual gestão da reitoria. Convidamos Naomar de Almeida a nos prestar esclarecimentos no microfone sobre o valor do R.U e sobre a política de permanência que a UFBA garante. O reitor aceitou o convite, mas não nos deu grandes explicações, falando apenas àquilo que já sabíamos e que foi divulgado no site. O mais importante é que nos disse que não considera o valor de R$ 1,00 justo. Para ele, o valor deve ser mais alto que isso e utilizou de argumentações burocráticas que são (e foram) facilmente superadas em outras universidades públicas do país. Após manifestação responsável e objetiva, terminamos nossas atividades do dia.
Em nossa reunião de avaliação, decidimos manter mais mobilizações e construirmos espaços de divulgação aos estudantes. Desse modo, convidamos você, caro estudante da UFBA que considera esse valor um absurdo a somar em nossas passagens durante a semana que divulgaremos nesse blog e a participar da reunião de segunda-feira, às 14h, no pátio da Biblioteca Central, em Ondina.
RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO A UM REAL QUANDO?
JÁ!!!!!
QUANDO?
JÁ!!!!!
QUANDO?
JÁ!!!!!
MOVIMENTO R.U. A 1 REAL!
Depois de anos de luta, reinvidicações e mobilizações d@s estudantes pela reabertura do Restaurante Universitário, a reitoria acha que pode brincar com a nossa cara e abre o R.U. mais caro do Brasil!! R$ 5,50 a refeição!!!!!
Só como exemplo, na USP a refeição custa R$1,90, na UFPI R$0,80, UEFS R$1,00, UFAL R$1,00, UFMA R$1,20, UFS R$1,00!
O Restaurante Universitário (R.U,) é uma política de acesso a educação e de permanência na Universidade. Sem R.U. muitos de nós literalmente passamos fome. Se um/a estudante apenas almoçar de segunda a sexta na Universidade, pagando o absurdo de R$ 5,50 vai gastar mais de R$110,00 por mês, o que dá quase 25% do salário mínimo e 44% de uma bolsa estudantil, e isso só para o almoço!!
As/os estudantes não podem ficar paradas/os! O R.U. precisa cumprir sua função, que é garantir aos/as estudantes a possibilidade de continuar se educando e não funcionar como mais um restaurante para gerar lucro e onde só alguns podem pagar.
Isso tudo tem a ver com você? Também não acha justo pagarmos esse preço? Não é só votando em nossas representações que garantimos nossos direitos. Junte-se a nós nessa luta! Quando?
PRÓXIMA SEGUNDA (26/04)
14 H NA BIBLIOTECA CENTRAL (Ondina)!
QUEREMOS ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL, MAS NÃO PELA METADE!
R.U. A R$1,00 JÁ!
R$ 5,50 eu NÃO PAGO!!